segunda-feira, 28 de julho de 2008

O plano

Terra com terra, virginiana com ascendente em capricórinio, não tinha como me querer fazer tudo certinho, programado. Depois de 8 anos na mesma empresa sabia que não era aquilo que eu queria para o meu futuro. Logo nos primeiros anos, não esqueço do Dia das Mães que uma filha ligou na redação para parabenizar sua mãe, que estava de plantão. Aquilo me marcou tanto que não queria que a minha vida fosse assim. Essa história de 7 de Setembro OU 12 de Outubro; Natal OU réveillon; carnaval OU Páscoa... Chega. Sem falar no fato de viver na estrada, rodar mais de 400 km por semana e ter o marido e uma casa linda em uma cidade do interior e viver no caos da cidade grande como se fosse sozinha e sem-teto.
Antes de pensar em engravidar já comecei um movimento para sair da melhor forma do emprego. Foram 2 anos com a certeza que eu iria sair e oito meses para conseguir tudo do jeito que eu queria. Em janeiro de 2008, finalmente, consegui me desligar da empresa. Viva!

segunda-feira, 21 de julho de 2008

O coraçãozinho

É só você contar que está grávida para as mães já perguntarem: Já escutou o coraçãozinho? Por isso, ir ao médico e não escutar o barulinho abafado do coraçãozinho do bebê é já um motivo de angústia. No meu caso, no primeiro ultrassom não tinha nem um pontinho preto. Eu voltei arrasada para casa e o marido com aquela cara de quem não entendeu nada. Nunca fui mãe, mas toda mulher já escutou casos de aborto, de projetos de bebês que ficam nas trompas, enfim, mulher deve ter um HD especial para esse tipo de história trágica.

Confesso que, quando saí do consultório, foi difícil fazer o jogo do contente. Nunca levei jeito para Poliana mesmo.

A médica me disse que minha gestação devia ser tardia, ou seja, que devo ter engravidado depois do 15 dia. E isso, imagine, quando o bebê não tem nem um centímetro é uma diferença enorme. Voltei depois de 3 dias e lá estava o meu pontinho preto. Era mesmo um ponto disforme que na tela do ultrassom, era preto. E nada de coraçãozinho.

Mas duas semanas mais tarde eu nem consegui olhar para a cara do marido para não me dar vexame de tanto chorar. O coraçãozinho acelerado e abafado invadiu a sala e ficamos bobos. Com 1,7 cm um mini-bebê! Não me contive e disse: Nossa, e não é que eu estou grávida mesmo? Fiquei surpresa ao visualizar a cabeça, o corpinho, bracinhos e perninhas e até o cérebro e o cordão umbilical se formando. Juro que vi! E tenho foto para quem duvidar.

* Aliás, nunca soube que o cordão umbilical se formava. Como assim?

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Aos 30

Não esqueço do dia que, ao conversar com uma amiga, falei que iria ser uma pessoa frustrada mais se não fosse mãe do que se não conseguisse sucesso profissional. Estávamos na lanchonete do jornal que trabalhávamos, éramos estagiárias, nem sabíamos se iríamos de fato sofrer a mutação de foca para jornalista. Minha amiga, na hora, achou aquilo meio sem sentido.
Eu nunca fui das mais românticas, acho que nem das mais carinhosas, mas sempre quis ser mãe. Se fosse mãe aos 30, quando imaginava já ter aproveitado da vida de solteira, então, melhor. Mal eu sabia que seria assim. E assim está sendo.